São Paulo fez uma
afirmação audaciosa, porém verdadeira: “O amor jamais acabará” (I Cor
13, 8). No que depender da Igreja este amor aumentará a cada celebração
eucarística, confissão, unção dos enfermos,
a cada sacramento ministrado, que é encontro entre o humano e o
Divino. Pois a síntese de toda nossa pregação é a seguinte, “Deus é amor”
(I Jo 4, 8). Se Ele é amor, o Homem encontra sua redenção salvífica na paixão,
morte e ressurreição de Jesus, ápice do amor de Deus.
Em entrevista concedida
ao blog
Gente Boa, em agosto de 2014, o psicanalista brasileiro Joel Birman,
vencedor do 55ª edição do prêmio Jabuti, disse que em seu consultório detectou
o seguinte sintoma, “As pessoas [contemporâneas] sofrem de fome de amor”. Com
todo respeito à sua análise, o que Birman descobriu no ofício de sua profissão, a Igreja
Católica, em sua sabedoria bimilenar, já havia descoberto nos confessionários.
Com isso, aplica um antídoto contra
o mal do século, o Amor. Não à toa São João Paulo II contundentemente nos
exortou: “Os consultórios de psiquiatras e psicólogos estão lotados, porque os confessionários estão vazios”.
João Paulo II em sua fala, não quis desqualificar o trabalho dos psicólogos e
psiquiatras, ao invés disso, quis chamar nossa atenção para o sacramento do
amor e reconciliação. Já que num consultório clínico se encontra o diagnóstico
do distúrbio; no confessionário, além da graça de Deus, encontramos o amor e o
perdão. Como é sabido, muitas doenças físicas provém dos males da alma, deste
modo, no sacramento da penitência arranca-se o malefício pela raiz.
Birman continua: “[O
indivíduo] quer saber se agrada, se é amado. [...] As pessoas são muito sensíveis em
relação a como os outros a acolhem — de forma risonha ou carrancuda, com muitas
ou poucas palavras, se são abraçadas ou beijadas.”
Neste trecho percebemos
claramente a lacuna deixada pela religião nas relações interpessoais.
Considerando o recuo e a indiferença de parte da sociedade em relação à
religião e ao Sagrado, as consequências são desastrosas, pois o que a Igreja pratica
em suas comunidades de fé – como o anúncio do querigma, o acolhimento amoroso
das pessoas, palavras de fé e de incentivo, etc. – hoje a Ciência tenta buscar
saídas e explicações.
Por fim, Joel Birmam
aconselha, “é crucial que na infância e na adolescência os indivíduos tenham a
certeza de que são amados pelos pais pelo que são”.
Assim sendo, temos como
referência a Sagrada Família, que no Evangelho ensinou a viver o amor
incondicional, o acolhimento ao outro nas situações mais complicadas. Foi além,
ensinou a entrega sem reservas, o sacrifício e a fé.
Na atualidade este
exercício da fé encontra-se na Igreja Doméstica. A família é o ambiente
perfeito para o testemunho de amor e acolhimento dos pais aos filhos, e estes
em relação aos pais. Neste contexto, a Igreja exala experiência, sua história
de amor pela humanidade perpassa os séculos. A especialidade em doar ao mundo
referências de família é incontável. Luís e Zélia, pais de Santa Teresinha do
Menino Jesus, que o digam...
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