6 de setembro de 2013

Corrente do Bem


          Neste post quero ressaltar dois aspectos importantes que fazem a diferença na vida de um jovem cristão, que deseja ser fiel à mensagem de Cristo no mundo contemporâneo.

          O primeiro aspecto é o chamado a “ser sal”. Elemento que todo cristão, sobretudo o jovem, tem por vocação, como o próprio Evangelho nos mostra a seguir: Vós sois o sal da terra. Se o sal perde o sabor, com que lhe será restituído o sabor?” (Mateus 5, 13). O sal como sabemos tempera e dá sabor. Nem imaginamos a comida sem sal, seria um desastre na mesa uma travessa com arroz sem esse tempero. Certa vez minha mãe esqueceu-se de pôr sal no arroz, parecia que estávamos comendo Isopor... a recusa foi total!

         Entretanto, o sal não só tempera, PROVOCA SEDE. E é justamente este o efeito que a vida de um jovem cristão deveria provocar no outro: provocar sede de Deus, sede pelo absoluto! Certamente uma vida coerente instiga outras pessoas a viverem um estilo de vida inovador, segundo as palavras de Jesus, embora seja um estilo que segue contra a corrente.

Um homem verdadeiro revela o Deus Verdadeiro!

         Outro aspecto intrépido do jovem de boa vontade é o ir contra a corrente do mal, aderir à corrente do bem. No entanto, ir “contra a corrente”, não é um modo de parecer diferente, até mesmo de se por contra algo, sem um fim ou significado último, ao contrário é estar disposto a vencer os obstáculos à fé, ir contra a corrente que desqualifica a dignidade humana, que despreza seus valores cristãos, que não valoriza a vida, etc. E por sinal, aderir à corrente do bem, foi um desafio lançado pelo Papa na sua visita ao Rio, em virtude da #JMJ, ele incentivou os jovens a terem a coragem de ir contra a corrente, além disso, falou na cultura do provisório, do relativo, muitos pregam que o importante é “curtir” o momento, que não vale a pena comprometer-se por toda a vida, fazer escolhas definitivas 'para sempre', uma vez que não se sabe o que reserva o amanhã”. Com fundamento nas palavras de Francisco, quero fazer uma comparação deste termo “ir contra a corrente”, com o movimento de alguns cardumes que nadam rio a cima contra a correnteza, a fim de desovar no período de reprodução. Visto que nas nascentes dos rios a chance de sobrevivência dos recém-nascidos é maior, esta é a lógica para a realização de toda esta saga. O fenômeno chama-se piracema.

         Nesta jornada até próximo às cabeceiras dos rios, local ideal para a desova, os peixes ficam expostos a vários perigos e obstáculos naturais. A vida do jovem cristão está bem longe de ser diferente, pelo contrário, está exposto a vários obstáculos, de modo especial para os jovens universitários, pois precisam consolidar a fé em meio a tantos questionamentos naturais – ou não – dos colegas de classe e professores. Essas ameaças podem transformar-se em oportunidade para aumentar a fé e aprofundar o conhecimento na doutrina da Igreja. Outro perigo eminente é deixar relativizar a fé na Pessoa de Jesus Cristo, abandonando os altos ideais que norteiam a vida de todo cristão. A efemeridade, quase que imposta pelos meios de comunicação, também é outra ameaça à saudável prática da vivência cristã, ao amor puro e verdadeiro que pode ser construído na profundidade de um relacionamento. Assim, compreendemos que ir contra a correnteza consiste em buscar respostas, na fonte de vida que é o Evangelho, na amizade com Cristo que fortalece, mesmo que nos exija sacrifício e renúncia.

          Neste sentido, Bento XVI nos lembrava de que vivemos o martírio da ridicularização na atual época, nossos princípios e valores tornaram-se motivo de risos e chacotas, pois o mundo anda em sentido contrário ao Evangelho. Muitas vezes, posicionar-se acerca da fé, diante de um grupo de pessoas é expor-se ao ridículo, todavia, este é um exemplo típico de lutar contra a corrente. Ademais atos como este são de fundamental importância para a Igreja, pois ela está sendo representada na audácia daquela pessoa. A Igreja é constituída por pedras vivas, homens e mulheres de fé, que com seu fermento levedam a massa que é o mundo.  

Você já aderiu à corrente do bem?
Olha a onda!

Rodrigo Stankevicz

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