22 de setembro de 2013

O Jovem foi feito para o desafio



"No princípio a terra estava informe e vazia; as trevas cobriam o abismo e o Espírito de Deus pairava sobre o caos" (Gen. 1,2). Sim, o mundo acabou. No princípio de tudo, era o caos, abismos, trevas... Contemplando, porém, o mundo em que vivemos, podemos notar todas essas características. Parece termos chegado ao ponto zero e, face ao caos que a contemporaneidade  nos trouxe, necessitarmos de algo que “paire” sobre o nosso conturbado cotidiano. 

   Convido você a perceber os absurdos que se passam a seu redor, estamos descendo assustadoramente aos níveis mais baixos da humanidade. A cada dia, por exemplo, um novo tipo de entorpecente aparece, dotado de um poder ainda mais destrutivo para o ser humano. No hedonismo do “carpe diem”, as pessoas procuram freneticamente um sentido para suas vidas. A juventude, em particular, vê-se assombrada por uma nova “onda”, o chamado 
eyeballing, que consiste em derramar vodka nos olhos, o que leva, de modo mais rápido, ao estado de embriaguez. A que ponto chegamos! Tais fatos revelam um abismo existencial carente de “algo" que o ordene, que gere a luz para uma geração caótica e mude essas situações.

   Nos ambientes sociais, ventilam-se, com toda a naturalidade, assuntos que ferem a condição humana, negando-lhe a própria essência. Ora, Deus criou o homem e a mulher e isto deveria bastar para que se velasse pela sua dignidade inviolável. Alguns meios de comunicação tentam fazer a cabeça dos jovens com programas nocivos e propagandas que insultam, no fundo, a própria juventude, ao expor-lhe modelos contrários a um ideal juvenil, de fato, enriquecedor e condizente com as autênticas aspirações humanas. Há jovens que, hoje, não sonham, não lutam por princípios valorosos. Os modelos que certos meios televisivos lhes apresentam são os de jovens consumistas, beberrões, que buscam o prazer egoísta e a imediata satisfação dos sentidos acima de tudo, como se sem isso o jovem não pudesse ser feliz. 

   Os jovens, de olhos vendados ainda que fisicamente abertos, em trevas embora enxergando, vão sendo empurrados para um abismo. Sua vida fica vazia, desprovida de desafios edificantes, de ideais nobres, de um grande objetivo. Não à toa o filósofo francês Paul
 Claudel dizia que “o jovem não foi feito para o prazer, mas para o desafio”.  Mocidade, lutemos! Não nos deixemos arrastar por filosofias vãs, baratas! Lutemos por um ideal. E não vejo um ideal maior que o de Jesus Cristo: levar amor em todos os lugares e pessoas, amar e sempre amar, em toda a circunstância, amar. 

   Neste novo “princípio”, desejemos que o Espírito de Deus paire novamente sobre todo o caos instalado, pondo ordem em todas as coisas: materiais, espirituais, sociais etc. 

   No esforço por começar a empreender um caminho novo, não olhe, porém, num primeiro momento, para a sociedade como um todo, isso talvez o levasse a desanimar. Não se conforme, por outro lado, com o mundo, mas olhe a seu redor, ao seu círculo mais próximo de relações. Sua missão começa daqui, do mundo a seu redor. A partir das pessoas à sua volta, que você ama, então, o todo começará a mudar. 

   O mundo acabou para darmos início a um novo, precisamos, portanto, ser novos para o novo mundo que se avizinha. A nova sociedade será moldada por nossas pequenas ações. A propósito, não deixa de ser interessante o fato de que a teoria do caos, estudada pelo meteorologista americano 
Edward Lorenz, diz exatamente isto, ou seja, que as pequenas alterações numa situação trazem efeitos incalculáveis, o que eu completaria dizendo: tanto para o bem como para o mal.
 

Graça e Paz, xP.

Correção e revisão: Luciano Rouanet


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